sucumbí . . .

. . . finalmente, aunque siempre me haya negado a los avances tecno¿lógicos? aquí estoy, creando un blog.
Me gusta tener amigos en casa, y de esa idea nació micasaenlisboa.
Me gusta compartir lo que me gusta de las ciudades que me gustan, y de esa idea nace mividaenlisboa: inicialmente ésta, pero también algunas cosas interesantes sobre otras ciudades o lugares que disfruto se irán incorporando.

Inicialmente mi vida, pero también espero, la tuya, sobre todo si ya tienes en la mía, tucasaenlisboa.

A los portugueses en general, y a los lisboetas en particular, les gusta la poesía: conviven con ella de forma cotidiana, es parte de sus vidas. Ahora también es parte de mivida. Portanto, para empezar, un extracto del libro "A cidade esquecida e outras texturas" de Filipa Leal (gracias, doctor, por descubrírmela)

A CIDADE ESQUECIDA
Para o António

Ela disse: Sou uma cidade esquecida
Ele disse: Sou um rio.

Ficaram em silêncio à janela
cada um à sua janela
olhando a sua cidade, o seu rio.

Ela disse: Não sou exactamente uma cidade.
Uma cidade é diferente de uma cidade
esquecida

Ele disse: Sou um rio exacto

Agora na varanda
cada um na sua varanda
pedindo- Un pouco de ar entre nós.

Ela disse: Escrevo palavras nos muros que pensam em ti.
Ele disse: Eu corro.

De telefone preso entre o rostro e o ombro
para que ao menos se libertassem as mãos
cada um com as suas mãos libertas.
Ela temeu o adeus, disse: Sou uma cidade esquecida.
Ele riu.